segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Jacutinga ganha o Memorial Monsenhor Vieira

No feriado de quinta-feira, dia 15 de novembro (Proclamação da República), data em que o nosso saudoso e inesquecível Monsenhor Vieira completaria 65 anos de vida sacerdotal, após a Missa das 19h30, foi inaugurado o Memorial “Monsenhor Vieira”, junto a videoteca paroquial.
De iniciativa dos jacutinguenses Antônio “Nêgo” Volponi e Marcelo Fidencio, o Memorial tem por finalidade manter viva a memória do nosso eterno pároco Monsenhor Sebastião Carvalho Vieira, que aqui chegou no início de 1958 e faleceu em janeiro de 2005. pastor que conduziu os cristãos católicos de Jacutinga.
A cerimônia inaugural contou com a presença dos padres Sebastião Camilo e Daniel Santini Rodrigues, de autoridades locais, paroquianos e dos sobrinhos de Mons. Vira, Guiomar, Luis e Judite Lúcia.
Foi uma noite festiva de justas homenagens, que contou com a belíssima apresentação da Banda Musical de Jacutinga.
Visite o Memorial Monsenhor Vieira.

Biografia

Sebastião Carvalho Vieira nasceu em 02 de abril de 1916 em Paraisópolis (MG), filho de Ambrosina Carvalho Vieira e Antônio José Vieira, único filho entre seis filhas. Fez os estudos iniciais para o ministério sacerdotal no Seminário de Pouso Alegre (MG) e os finais no Seminário de Mariana (MG).
Foi ordenado sacerdote em 15 de novembro de 1942. Seus primeiros anos no ministério sacerdotal passou como auxiliar de Monsenhor Dutra, em Paraisópolis (MG), sua terra natal, até o ano de 1949. A seguir assumiu a Reitoria do Seminário de Pouso Alegre (MG) e em 20 de agosto de 1950 foi nomeado Cônego Honorário. Posteriormente veio como pároco para a cidade de Jacutinga, assumindo a paróquia em 25 de março de 1958, substituindo Monsenhor João Batista Maria Rigotti.
Em 07 de maio de 1993 foi elevado à categoria de Monsenhor (“Monsenhor Vieira”). Aqui permaneceu por 48 anos. Faleceu em 21 de janeiro de 2.006, com 90 incompletos anos de idade.
Foi um homem de grandes virtudes, inteligência e talento. Sua profunda espiritualidade impressionava a todos que o conheciam. Exerceu o Ministério Sacerdotal com dignidade, santidade e dedicação extremas, e se empenhou sem limites no trabalho em benefício da promoção humana e social dos mais necessitados e do desenvolvimento do município.
Homem perspicaz, altivo, abnegado, generoso e produtivo. Contemplativo e ativista ao mesmo tempo. Grande orador e pregador: exemplo de coerência entre o que pregava, vivia e fazia.
Foi desenhista e pintor de primeira categoria. Autodidata e estudioso da teoria das artes plásticas, arquiteto e urbanista nato, utilizou seu talento em benefício da vida espiritual, material e social de seus semelhantes. Padre de oração e recolhimento; de hábitos simples, avesso a qualquer tipo de vaidade e promoção pessoal.
Nesta cidade de Jacutinga, na área da Educação, foi professor na Escola Normal Santo Antônio, diretor do Grupo Escolar Júlio Brandão e professor de pintura no curso por ele criado. Foi confessor e conselheiro da mais alta qualidade.
Entre suas ações sociais, a que desenvolveu com mais determinação e vigor, com o apoio da Prefeitura local e da Cooperativa Habitacional de Belo Horizonre, foi a construção de casas populares em quatro grandes loteamentos que se transformaram em populosos e prósperos bairros. Construiu também 4 igrejas e uma casa paroquial e a Casa da Criança que se tornou sua dedicação maior, dela foi diretor por dezenas de anos, até sua aposentadoria. Nela criou também cursos profissionalizantes para jovens e nela instalou a redação de A Gazeta de Jacutinga, semanário que adquiriu logo que aqui chegou e do qual foi diretor por mais de trinta anos.
Homem espirituoso e bem-humorado: desenhava hilárias caricaturas, inclusive a própria. Amigo das crianças, para quem sempre tinha o bolso cheio de balas...
Recebeu da Câmara Municipal de Jacutinga o título de Cidadão Jacutinguense em 02 de abril de 1959 e em 08 de dezembro de 1998 recebeu a medalha de Honra ao Mérito “Desembargador Hélio Costa”, conferida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais às pessoas de relevância social.
É impossível escrever hoje a história de Jacutinga sem dedicar um longo capítulo à atuação do Monsenhor Vieira porque, além de muito atuante, foi o líder religioso e social que mais tempo permaneceu nestas funções.
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“Eu sou o bom pastor: eu dou a vida por minhas ovelhas”. (Jesus Cristo)

2 comentários:

FORUM ITANHANGÁ disse...

Muito obrigado por esta bela e verdadeira peça biográfica deste sacerdote a quem devo muito que aprendi dos 11 aos 16 anos no Seminário de Pouso Alegre. Sou testemunha do seu empenho e enorme dedicação à formação dos seminaristas, de 1952 a 1958. Tenho a honra e privilégio de haver estado no seminário N.S. Auxiliadora sob sua competente reitoria.
São inesquecíveis suas exortações aos seminaristas, feitas sempre a partir de um pedacinho de papel onde anotava cuidadosamente o que queria levar aos alunos.
Rigoroso,amigo e companheiro é o que me inspira a memória para definir esse que foi meu grande mestre. Devo-lhe muito por tantas vezes em que, confiando naquele adolescente, seu xará, levava-me em sua baratinha para ajudar nas missas celebradas no hoje bairro da Faisqueira.
Há cerca de um mês estive naquela saudosa igrejinha, revivendo com emoção os tempos maravilhosos que lá vivi como seminarista. Lembrei-me do antigo casarão para onde íamos todos, seminaristas menores e maiores(de Mariana) passar as férias de fim de ano, estudar para as famosas "segundas épocas" quando reprovados em alguma matéria e, ainda, aprender a fazer alguma coisa útil como serviços de instalações elétricas, hidráulicas, construção civil e arrancar cupins do pasto da fazenda do seminário. Férias inesquecíveis!
Que Deus na sua infinita bondade o tenha entre seus santos.

FORUM ITANHANGÁ disse...

O post acima é de Sebastião Laércio Machado, residente em Itajubá, MG.